segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Bom, quem sabe mais tarde?

Flutua o tempo sobre o rio. O rio sem nome que todo mundo chama de vida. De sol forte, meio dia. Com nuvens de algodão multicoloridas. Final de tarde. Começo da lida. E quem te amou? Tu me pergunta...Flutua o tempo sobre o rio. Silêncioso como uma cachoeira gigantesca, de sons mudos. De gente quieta. Eu respondo. De segundos e terceiros olhares. De um dia que ninguém se esqueceu. Mesmo que não tenha acontecido. Mas o que aconteceu? Quem se lembra da vida? Se foi um sonho, que passou correndo por aqui. Eu não sei. Sei que vi uma lua no céu do sol. Rimando notas em bemol. De gente que dança sozinha pelas linhas desse caderno. Enquanto caminha de lado. Olhando pra baixo. Imaginando porque os tapetes são chamados de capachos. E mesmo que tudo dê errado, alguém me diz. Mesmo que o mundo arda nas chamas nada gentis das dores físicas. E aquilo que a gente chama de "nossa vida", nesse rio. Se estinga. Mesmo assim, vai ser bom. Porque nada pode realmente ser coisa alguma. Damos nomes a coisas que acreditamos conhecer. E a vida corre sobre o rio enquanto nós apontamos para as margens gritando nomes que inventamos ou ouvimos outras pessoas dizerem. E a verdade se torna só uma forma de encarar tudo isso. E não realmente, de verdade, com realidade e sinceridade, a própria verdade. Quando a verdade se transforma em inverdade. E a brisa que eu esperava, fura. Sem nunca chegar. Ali, no canto das pedras que desceram o morro muito cedo. E represaram a vida. Eu pensei: estamos certos. Porque nada e tudo são iguais em um mundo que não existe. Como as palavras desse texto que tu leu, mas não entendeu. É como se meus pensamentos tivessem não existido. A arte de fingir é mais usada que a própria amizade. Eu cuspo no chão. Mas não de verdade. Assim, fui embora. E tu disse pras minhas costas que eu era ruim. Mas na verdade, tu só sente a minha falta. Mas não de verdade. Pensando nisso eu dei duas voltas ouvindo a água correr. O que será disso tudo? Nada! Não nado. Não, disse que nada será. Nada, nunca é. Se é nada, é porque não foi. Mas se foi? Se foi é por que não é nada. Por ser nada, o nada já é algo. Mas não me pergunte o que será do nosso amor.
Não, nesse rio sem nome que todo mundo chama de vida.

Por que nunca fui bom em ouvir o silêncio do universo.
Por que é preciso gentileza para entender.
Por que é necessário compreender a misantropia da humanidade.
Por que é desse jeito que somos.

E por que, absolutamente tudo o que está escrito aqui pode ser mentira (e verdade).

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