quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O culto ao infinito, tem sim um fim.

Um café na mão e um nó de idéias na cabeça. Glauber Rocha que se exploda, eu prefiro HD. Prefiro iluminação em leds. Uma steadycam, um drone e um slide bem moderninho com a minha Scarlet em cima. Eu não espero filmar a obra da minha vida. E não acho que nenhum de vocês espera. Acho que a gente se junta em um tipo de coma azedo que nos obriga a viver o sonho coletivo de que ser livre é infinito. De que ser autêntico é preciso. E de que a vida flutua por esse rio como a gente desejar, com Deus ou sem ele. Foda-se essa idéia ruminada de que é preciso ser diferente. É preciso ser melhor. De que é preciso ser mais. De que é preciso precisar de uma monte de bosta guardado dentro de uma sala na casa que você diz que é sua. Mas que na verdade tu só usa até o dia em que teu coração parar de bater e aí outra pessoa, com outros tantos metros de intestino vai chamar de "minha". Como tantas outras pessoas depois dela. Pessoas que dormem, comem e cagam em porções diferentes, mas que chamam os intervalos entre dormir, comer e cagar de vida.


Aaaaah tu tá sendo drástico.


Foda-se tua ignorância relativa. Eu não me importo com ela também. A vida é cheia de dias bons e ruins. E se hoje é um dia ruim, que se deixe virar o pote de vomito guardado para tal ocasião. Longe desse mundo cheio de plástico, de traições maiores que as minhas, onde o dinheiro é o que manda no sol e na lua. E eu escuto:

"- sorrisos custam dinheiro!"
Não os de verdade.

E se for pra ser assim, se for pra sorrir por dinheiro. Eu prefiro que custurem minha boca com a pele de um cordeiro virgem e me joguem do penhasco da solidão.

Se é pra viver do lixo e da merda que o lixo tem dentro de si. Eu me escondo dentro do meu próprio peito e me mudo pra outra galáxia. Longe dessa dor intermitente. Longe desses dias de céu branco e olhos cor leite.


Eu vou pra perto daqueles que tem sangue de verdade nas veias, nos corações e nas idéias. E fodam-se!

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