quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Soneto, à solidão.

Doce amiga, onde tu estás ? Eu perguntei à calada do breu. Para onde tu foi ? Te procurei nas xícaras de café, nos sorrisos da rua, nos apertos de mãos e nos olhares das almas nuas. Para onde tu foi ? Ouvi o eco ou perguntei novamente ? Minha mente me engana. Truques silenciosos na escuridão. Suspiros em minhas costas. Sobras de sentidos pelo chão. Vejo um mundo com uma prisão. O albergue da vida. Onde tu estás ? Sinto o frio do medo. Da dor que antecede o que sempre vem muito cedo. Aquilo que postergaríamos se houvesse a chance. Se soubéssemos como. Se.
Nesse barco solto sobre o mar da vida. Com os ventos que uivam nossos dias. Eu imaginei, a terra é o barco. O universo o mar. A morte é a vida. Com caminhos que só nos levam a descaminhos. Minhas unhas quebradas e meus sonhos partidos. Com cabelo branco eu continuo em busca do sentido. Como um cego com uma lanterna na noite chuvosa, gritando pela solidão em rima e prosa. 
Não há espaço para mais disso. E sempre haverá espaço para um pouco mais de tudo. 

Doce amiga, onde tu estás.

Estou sozinho. 

Sempre só pra solidão.
Sempre sopra solidão.
Nessa direção.


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