segunda-feira, 7 de junho de 2010

Eu tenho rosto e gosto meu.

Enquanto o dia ferve em movimentos eu sinto minhas costas doerem. E penso no murro !
Meu carro para em um sinaleiro e eu finjo ser um dos cegos do Saramago. Vejo um mundo em branco leitoso, com leves sombras de cinza. Ouço o carro de trás buzinar para que eu me mova e consigo rir de mim mesmo. De como me sinto ridiculo fazendo algumas coisas. E de pensar que essa é só uma delas...
Abro os olhos pra um mundo de cegos. E eu sou só mais um deles. Só mais um. É de cair o rosto no chão, como a máscara de David Ames em Vanilla Sky. Vanilla é com dois "L" ? O plural de "L" é "L" ou "Ls" ? Ou "L's" ? Existe essa apóstrofe na nova gramatica ? Existe uma nova gramatica ? Existe uma antiga ?
Sem relatividades.
Volto a David Ames e seu mundo utópico de sonhos. E minhas costas doem novamente. No meu mundo utópico minhas costas jamais doeriam. Sabe uma coisa chata sobre mundos utópicos ? É que ninguém pensa na utopia alheia. Lógico, desconsiderando o generalismo máximo de : "Sem fome, sem tristezas, sem guerras...". Puta que o pariu, dá pra entender que todo mundo desse planeta já teria morrido se não fossem as guerras ? Claro, isso não faz delas algo mais facil ou mais aceitável. Mas por favor, para de dizer isso como se fosse algo bom ! Como se o planeta fosse agradecer a existencia de todos os seres humanos não mortos pela violencia.
Duvido que iria. Na verdade o planeta deve viver pensando em acabar conosco. E as vezes eu até concordo com ele/a, it.
Sem muito mais agora, eu me volto pro que ainda existe de brando em mim. Ou seja, quase tudo. Faz frio, o que é bom. Está anoitecendo o que é melhor ainda. E aparentemente não há nenhuma meteoro vindo em direção ao meu computador, o que é aliviante.
Chico Science me lembrou:

Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru

Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça

Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru

Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça

Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

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