segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Você se perde por entre as suas novas lembranças.

Falei pra alguém que nossa mente cria mecanismos que nos permitem manter a sanidade nesse mundo caótico.

Não queremos que ninguém que amamos/conhecemos/gostamos morra em sofrimento. Ainda assim, não nos importamos com o que acontece com nossos vizinhos.
 

Não desejamos que haja sofrimento o suficiente em nossa vida, a ponto de que transpareçamos esse sofrimento para terceiros, quartos e quintos (principalmente atráves das redes sociais?).
Mas somos impermeáveis ao sofrimento alheio. A lágrima que escorre do olho que não é o nosso. E ao coração que se parta sem que seja alto o suficiente para nos fazer sofrer também.


Não desejamos realmente o mal alheio. Mesmo daqueles que o merecem. Mesmo daqueles que nos fazem mal repetidamente de forma premeditada.
Mas existe uma especie de prazer sórdido em descobrir que alguém que fez algo ruim na nossa perspectiva, se deu mal de alguma maneira. As pessoas negam, mas é agradável descobrir que a vida que te confronta também foi confrontada por ferramentas similares.


Adoramos limitar os outros:
"- O Fulano é assim mesmo..."
"- A Beltrana já faz isso a um tempão..."
"- No lugar do Ciclano eu teria outra atitude, mas não posso falar por ele né? ..."
E nos irritamos com os limites impostos pelos outros para nós.

Somos peritos em esquecer.
Em nos entupir com novas lembranças para substituir as antigas.
Em negar nossos instintos.
Em calar nossos sonhos.
Em retalhar nossa própria liberdade, até que ela se torne algo "franksteiniano". Meio zumbi, meio criança, meio bebado, meio paria. E aí olhamos para nossa realidade cambaleante e reclamamos dela.

"- Porque a minha vida é muito dificil."

"- Falar é facil, dificil é ser eu."
"- Não sei o que fiz para merecer isso."

Acho graça disso tudo.
Tenho pena de quem existe assim.

A vida é curta demais para não sermos felizes o tempo inteiro.

O resto é só um monte de bocas falando sem saber o que querem direito...

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