quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Você que jamais disse que nunca iria.

Do lado de cá, o vento é forte. O amarelo é antigo. E pra todo lado, é norte.
Do lado de lá, o sol é violento. O chão é rachado. E a noite é só um momento.
Eu respiro o ar que amanhece o dia.
Penso sozinho.
Nada fica.
Imagino a métrica da distância entre as sílabas.
Corro pelo mundo, e quem não correria ?
Eu voei outro dia nas costas de um dragão. Ele era negro como piche e tinha um grande coração.
"- Tenha calma Leandro, a vida sempre ensina !" - ele falou.
"- Cuidado dragão, uma ave de rapina !" - eu esperniei.
E o dragão a engoliu de um jeito majestoso.
"- Veja bem meu querido, o que pra ti é desafio, aos outros é puro gozo !"
Sonhei com esse sonho, outros dois mil diferentes.
E não importa o quanto eu ande.
E quanto conheça de gente.
Ainda vejo aquele rosto, atrás das minhas costas.
Sempre que tomo banho.
Sempre que me vejo no espelho.
Sempre que me deito.
Sempre que tento não ve-lo.

Nada muda.

Tudo muda.

Nada e tudo mudam muito ligeiro.

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