quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Lagrimas demais. (Sigur Rós-Fljótavík)

Me deixa aqui, cansei de caminhar. Pode ir, eu não tenho mais forças. Tenho, mas não consigo. Consigo, mas não posso continuar. Posso, mas não quero, só não para. Teus passos fazem minha vida respirar. Como um piano soltando notas sem nexo. Imaginando o que seria a vida ao inverso. Eu tenho medo, mas não me desespero. Tudo ficou tão escuro tão rápido. Como um mundo onde o sol nasce e foge. Onde cachorros voam em círculos com grandes asas brancas. E estátuas cantam músicas em línguas que não conheço.
Eu me vi sozinho.
Continuei falando.
Deixe o tempo passar.
E ele foi passando.
Como um relógio acelerado.
Com o ponteiro quebrado.
Sempre girando.
Caí do meu cavalo.
Esperando o solo.
Mas meu cavalo voava.
E eu continuei caindo, sem direção.
Subindo, na contra mão.
Voando.
Como o último segundo antes do chão.
Com meus olhos fechados.
E lagrimas no coração.

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