quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

(Sem título)

Como a grama que cresce no meio das pedras da cidade, aumenta a vontade. Subindo as paredes dos prédios por entre os tijolos, janelas e rachaduras. Dividindo o que era, do que vai ser... Rasgando a cortina que separa os mundos, todos eles.
O mato que nasce, enrola nossos pés e sobe pelas pernas dos que o aceitam.
Nada pode parecer o que não é, a não ser que em parte seja. Filosofia de banheiro e o mundo continua a girar. Porque amanhã o sol nascerá. E nada vai parar a Máquina de Guerra do Sol nascente no Mundo das Cortinas.
Só mesmo a Yoshimi pra me salvar. Eu sou faixa branca em Karate ! Ela é faixa preta.

Mesmo num mundo onde cachorros não voam e sorvetes não falam. Eu me esforço pra ver o invisível dos meus olhos. Na sombra da luz que a lampada deixou marcada na parede ao cheiro da cachoeira que molhou minha camisa verde. E quando ando descalço pelo gramado, tento desviar dos pequeninos que lá habitam. Com suas pequenas casas e construções. Gritando ao que passam para que sejam menos surdos e mais cuidadosos. Pois o mundo vive o tudo que o nada nos deu. E joga fora mudo e surdo o tudo que recebeu sem esforço. Ninguém conhece o segredo da vida e da morte como ele. E todos que conhecerem ficarão surdos, cegos e mudos igualmente.

Pois da gentileza eu quero as pétalas aveludadas. O calor do abraço e o carinho suspirado ao pé do ouvido. Sem silencios eternizados. Sem amargos sorrisos desdenhados. Sem apertos de mão com faca em punho.
Só a lágrima do olho feliz que se satisfaz ao nada dizer.

Me dá teu amor mesmo que junto com teu ódio.
Me alcançar tua mão que igualmente venha com teu abraço.
Abra a porta da tua casa pro cheiro do Sol que vem de fora.
E deixa tudo ser o que é, para que nada nunca precise ir embora ;)

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