quarta-feira, 21 de julho de 2010

Não há nada mais para fazer.

Eu me sinto um pouco frustado por perder idéias. Parece que todas as boas, vem e vão... É, eu admito que isso seja uma visão "sweet sixteen" da vida. Mas ninguém pode me culpar por desejar ter posse das minhas próprias idéias. Como se elas fossem uma parte de mim e eu uma parte de todo o resto.

Tempo e espaço se dobram na minha frente. Como a letra do "The accidental" eu vejo o bonito sol da manhã pensando que não há mais nada para fazer. Não agora. Digo, eu ainda preciso trabalhar como um cachorro. Ainda preciso correr como um desesperado. Ainda tenho meus incêndios para apagar. Meus demônios para exorcisar. E todos os meus outros trecos para resolver.
Mas ainda assim, não há mais nada para fazer.

E uma garrafa de vinho depois eu ouço de um amigo que estamos ficando velhos.

" Concordo contigo, mas preciso saber porque..."
" Tu não pensa, nem que seja as vezes, no que vai ficar pra trás no dia que morreres ?"
" Todo dia... Mas eu sou imortal bicho (adoro falar bicho) !"
" Ok..."
" É eu penso."
" : ) "

Pinot Noir, The Accidental ( http://www.youtube.com/watch?v=RZ7ei8c-FvE ), dois cigarros e um monte de sorrisos de amigos. Eu poderia ficar uma semana sem comer pra alimentar minha alma desse jeito, sempre. O alimento da alma é um bom tema. A alma é um bom tema. Tudo é um bom tema.
Nada é.

Eu me lembro de quando domingo era dia de sorvete. A vida era simples e eu não precisava ir mais longe do que a minha bicicleta pudesse me levar. Se isso fosse um filme, eu precisaria cortar essa cena pra um homem de 30 anos, barbado, com o rosto cansado e um sorriso.
Hoje em dia eu evito sorvete e não tenho mais tempo, nem vontade de andar de bicicleta.

É. Acho que isso também é parte de tudo.

Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...
(Mario Quintana - Espelho Mágico)


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