sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Vem cá, deixa isso pra lá.

Ouvindo isso: https://www.youtube.com/watch?v=VgwcPiCjQ-0
Eu penso que não temos tempo para perder. Nosso tempo é curto. E ainda assim, ninguém parece ligar. Dá vontade de correr pela rua gritando:
"- RAPIDO GENTE! FAÇAM SUAS COISAS ANTES QUE VCS MORRAM! TUDO MUNDO VAI MORRER!" - de uma forma hipotética, claro.
Alguém me disse uma vez, que se todo mundo desenvolvesse totalmente seu próprio potencial, o mundo seria um lugar absurdamente diferente. Mas de uma alguma forma, a gente se limita absurdamente. Curtimos esse lance de pé no rio em dia de sol. De sofá macio e TV grande. Wi-fi, Hi-fi e Sci-fi. A gente acende cigarros, sem nem entender why!? Acredite em mim, eu lutei com todas as minhas forças contra a inserção da palavra em inglês "why". Mas enfim, aparentemente eu perco muitas lutas contra mim mesmo. O outro eu é um desgraçado. Ele me bota de joelhos e me obriga a beijar o anel da sua mão, como um rei. E eu súdito, confabulo com os outros eus dos meus amigos um motim que vais nos levar ao castelo. E nos fazer reis.
Meu ponto é que se tu aceitar todos os teus primeiros pensamentos, sobre praticamente qualquer coisa, tu vai parar de te mover. E o bicho homem parado, não demora muito tempo a morrer.
A algum tempo eu conversava com uma amiga sobre vida, planos e coco de pássaros. E me espantei a ouvir o quanto ela achava que a minha vida era fácil. Minha vida não é fácil. E muito menos é mais difícil que a vida de qualquer outra pessoa. Mas as nossas mentes, mentirosas que são, fazem com que a grama do vizinho seja mais verde. Que o fardo do João seja mais leve que o meu. E que a Maria tenha uma vida tranquila, enquanto eu me fodo fazendo tudo que eu faço.
Não acredito muito nisso. Mas acredito em perspectiva. E o ponto de vista é uma ferramenta brutal quando se trata de tempo. E=mc², vcs lembram...
Existem várias versões desse conto, a minha é essa:
3 jovens passavam por um homem idoso, corcunda que gemia para se dobrar enquanto plantava árvores no solo remexido.

"- O que estás fazendo velho?" - disse o primeiro jovem.
O homem lentamente se desdobrou e respondeu:
"- Plantando árvores..."
"- Mas que idiota! Deve ser caduco... Nunca verá nenhuma dessas árvores crescidas. Tu és velho demais, morrerás antes de que qualquer fruto possa brotar dessas sementes!" - disse o segundo jovem.
O homem sorriu.
"- Sou obrigado a concordar com os meus amigos, ancião. Porque trabalhar com tamanha dificuldade?" - questionou o terceiro jovem.
"- Toda vida é breve meu jovem. Em um piscar de olhos se pula da infância para a velhice. Quem de nós pode garantir que eu serei o primeiro a morrer? A minha idade?? Não, por mais que o sentido prático seja esse, a vida não escuta a lógica. E eu não planto para comer frutos, eu planto para que meus netos os comam." - respondeu o velho homem.
Um dos jovens se inscreveu para a guerra e morreu com um tiro no pescoço.
Outro teve uma profunda dor no peito e caiu sem vida, dias depois de conhecer o velho.
O terceiro caiu de uma árvore e passou o resto da vida imóvel deitado em uma cama.

O velho homem também morreu. Em um final de tarde de outono. Na sua lápide pediu que fosse escrito: 
Toda vida é breve.

Sem comentários:

Enviar um comentário