sexta-feira, 23 de junho de 2017

Com e sem palavras.

A cada palavra,
menos significado.

As sílabas que dançam

vão em vão
lado e alado.

Perde-se fala,

falada,
escrita,
vulgar. Varada.

A mímica 
é vazia,
no escuro.
No nada. Há tudo.

O cego fala ao surdo.
O surdo vê um mudo.
O mudo ouve o mundo.

E o mundo é só uma palavra.
Que muda

dependendo
de quem a fala.

E como toda palavra.
Fica com menos 
significado.
Descubro as palavras.
Me cubro de mundo.
Me vejo cego.
Não sou surdo.
Ou mudo.

Se não mudo.
Fico tudo.

Cheio de nada.

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