sábado, 12 de dezembro de 2015

Morre Ruan Bruno Gomes Nunes, 2 anos de idade. Vitima de uma bala perdida no Rio de Janeiro.

O Rio de Janeiro está em dezembro. É época de Natal, presentes e papai Noel. Pergunta pro Ruan o que ele quer ganhar. Ele não vai te responder. A bala que era perdida encontrou alguém. E foi ele. Bala é coisa fria, metal duro. Projétil. É como uma abelha cheia de raiva, voando pelo mundo. Pode ser que ninguém a encontre ou pode ser que seja diferente. O pessoal da UPP, da unidade de policia pacificadora, não pacificou. Ou sei lá, pacificou demais. Disseram que bala veio "lá de cima do morro". Do pessoal do tráfico. Da droga. Da bandidagem. O pessoal da pacificação, não revidou o tiro. Também puderam. Nem viram. A bala veio perdida. O Ruan tinha dois anos, tava lá deitadão. Dormindo provavelmente. Curtindo o teto do quarto. Dentro da casa da mãe. A bala perdida o encontrou. E pronto. A mãe dele apareceu no jornal chorando, pedindo justiça. E será que vem? Será que tem? Será que muda alguma coisa? O Ruan não vai mais chorar de madrugada. Agora ele virou um post triste no facebook. Virou uma memória dolorida. Uma cicatriz, dessas que só quem sofreu sabe como é levar até o fim da vida. E não te engana não caro(a) leitor(a). Talvez amanhã, sejas tu a encontrar a tal da bala perdida. Talvez amanhã seja o teu filho que entra nesse beco sem saída. Amanhã, pode ser tua mãe. Aquela do bairro pobre, das seis pegadas de onibus no dia. A emprega domestica que tu não sabes o nome, mas chamas de Maria. Amanhã, pode ser, que o tiroteio comece até mais cedo. Eu se fosse tu, nem dormia. Só corria. Eu se fosse tu ia pra longe desse medo. Pergunta pro Ruan, o que o papai Noel trouxe pra família dele. Pergunta pra quem fica, qual é a cor desse desenho....

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