A cada palavra,
menos significado.
As sílabas que dançam
vão em vão
lado e alado.
Perde-se fala,
falada,
escrita,
vulgar. Varada.
A mímica
é vazia,
no escuro.
No nada. Há tudo.
O cego fala ao surdo.
O surdo vê um mudo.
O mudo ouve o mundo.
E o mundo é só uma palavra.
Que muda
dependendo
de quem a fala.
E como toda palavra.
Fica com menos
significado.
Descubro as palavras.
Me cubro de mundo.
Me vejo cego.
Não sou surdo.
Ou mudo.
Se não mudo.
Fico tudo.
Cheio de nada.
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