Quem era pra eu ser? Sim, coube logo a mim a dificuldade de me ser. Mafalda sabe bem.
Mas ainda assim, assado, alado e arando, eu sou eu. Se não fosse, quem seria?
A crônica é toda desculpa que eu preciso para continuar a escrever. Para continuar a pensar. Para parar de tentar. Para desistir de viver. Para!
Tá, continua:
para ver o céu caindo ao som da bateria intermitente da evolução.
Eu juro que ouvi você chamando meu nome.
Não leio mais Pablo Neruda. Cedemos um ao outro. Acho Kafka um inépto inteligente demais pra permanecer vivo. E Mario Quintana me decepcionou.
É através da máscara da crônica que aquele que escreve se revela. No silêncio de seus fantasmas stalkers. No berro dos absurdos lardeados. Na sombra da iluminação pesada. No luz da vela que dança ao vento.
De caminhos tortuosos a vida é cheia. Eu quero planices gramadas. Com céus de final de tarde e sorrisos despreocupados.
Eu me lembro. Eu demoro, mas eu sempre me lembro.
Sem comentários:
Enviar um comentário