Subindo a colina, era fim de tarde. Ouvi o som da fogueira queimando. Cheiro de madeira molhada jogada no fogo. Daquela que demora pra queimar, que faz brasa quente. Vermelha e amarela. De calor intenso. Vi as fagulhas primeiro, a uns 3 metros do chão. Voando como moscas em chamas. Ziguizaguiando a esmo através do vento. Do mundo. E do tempo. Depois vi as cabeças deles, girando e rindo. Como elfos saidos de um conto de Tolkien. E meus pés estavam descalços, foi quando percebi: não sabia se o sol morria ou nascia. Não importava. Ninguém estava com sono. Ninguém queria estar em outro lugar, além de ali. Ninguém queria ver o dia acabar, nem acabar.
Tanto faz, alguém sorria pra mim dizendo, vem ! E eu fui. Pisando sobre grama molhada. Olhando para um céu roxo azul vermelho verde amarelado. Como se nunca tivéssemos ouvido falar da morte. Ou de como a vida acaba.
Antes do fim, será assim. Outra voz falou.
Tudo bem, eu disse.
Mesmo quando não. Sim.
Eu me perco.
E assim me encontro de novo.
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