O café amargo, é mais amargo do que realmente é.
Café preto, desses sem cigarros. Sem nada para adoçá-lo.
Sem xícaras lado a lado. Esse café é solitário.
Sobre a mesa da cozinha, não há torradas, frutas ou esperança.
O café solitário é servido puro, forte e desacompanhado.
A manhã vem como um chamado.
O sol, chama que queima despreocupado.
Meu nariz quase sempre frio, do inverno passado.
Sem chocolates ou sorrisos.
Só o café solitário...
Passa pela janela do apartamento um cavalo alado.
Asas brancas em slow motion bem renderizado.
Seus olhos negros brilham contra o vidro, da janela ao meu lado.
Lá fora o mundo parece um lugar distante.
Avesso ao que é dado, eu rejeito futuro e passado.
Pois do que serve a previsão da árvore,
quando sempre lhe dão o machado ?
Viver é algo que faço calado.
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