Eu me vejo mal desenhado em um pedaço de papel velho.
Me cortam a face pra mostrar a verdade.
E prefiro os desenhos do que as palavras.
Eu minto para os meus pés.
"- Não aguentamos mais" - eles suplicam.
"- Só mais um passo... E nada mais" - respondo rindo.
E o caminho não para de girar, feito escada rolante.
Não sinto hoje a dor que me abraça amanhã.
Dor e tempo são difíceis de medir.
Ninguém lembra direito de mim, eu prefiro assim.
Vulto pra foto, mais uma lembrança e palavra perdida na frase.
Me guardo aqui.
Longe de qualquer mão, pé cansado ou olho azul.
Invisível ao importar.
Sem semblante pra expor.
Nada é igual ali.
Mas de novo, prefiro assim.
Sem mais aos outros.
O tudo mais de mim.
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